Estereótipos
A Mulher Cigana Sedutora
Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet. Conta a história de uma mulher cigana chamada Carmen, uma mulher exótica e libertina, que provoca constantemente o soldado espanhol Don José com uma atitude sedutora e demonstrações apaixonadas, até ele se apaixonar perdidamente por ela.
A cigana sedutora e promiscua da ópera de Bizet, é uma versão romancizada, que o turismo espanhol gosta de promover. A realidade é muito menos emocionante, na cultura cigana, tradicionalmente a conduta sexual é altamente regulada e há um estrito código de conduta que tem de ser seguido.
A cigana sedutora e promiscua da ópera de Bizet, é uma versão romancizada, que o turismo espanhol gosta de promover. A realidade é muito menos emocionante, na cultura cigana, tradicionalmente a conduta sexual é altamente regulada e há um estrito código de conduta que tem de ser seguido.
A Mulher Cigana Vidente
Quer seja a olhar para uma bola de cristal, ler a palma das mãos, ler os olhos ou a adivinhar o futuro com cartas de tarot, a vidente/cartomante cigana é uma personagem que ainda se encontra bastante marcada na imaginação colectiva. Na era da Inquisição, a acusação de dedicação ao oculto e à bruxaria muitas vezes foi usada como argumento para justificar a perseguição, tortura e morte na fogueira de muitas mulheres ciganas, que eram consideradas uma ameaça a fé cristã.
Embora a imagem da vidente / cartomante seja considerado como um estereótipo e não seja fonte de real rendimento junto da comunidade cigana em Portugal, ainda existem algumas mulheres ciganas, especialmente nos circuitos turisticos que se dedicam a esta prática. Tal como nem todas as mulheres ciganas são videntes / cartomantes, nem todos as videntes / cartomantes adivinham o futuro. No entanto, este estereótipo ainda persiste nos nossos tempos.
A Mulher Cigana Pedinte
A mulher cigana, era duplamente discriminada, por ser mulher e por ser cigana, o que diminuia considerevelmente as suas fontes de rendimento, aliando a isso uma profunda carga supersticiosa e preconceituosa que via as ciganas como bruxas e prostitutas (facto que em nada tinha a ver com a realidade), fustigava este grupo com uma extrema pobreza e marginalização, forçando-as a recorrer à mendicidade.
Com o surgimento da corrente impressionista, passou a haver uma maior interesse pelos elementos da sociedade que eram postos de parte, vítimas das desigualdades sociais e de discriminação. Estas pessoas tornaram-se objecto da atenção de pintores como Gaugin, Degas e Merle, aqueles que eram considerados a "escória" da sociedade, os ciganos, as protistutas, os pedintes, os alcoólicos, e todos aqueles que sentiam as amarguras da miséria, passaram a ser a face de uma sociedade desigual e indiviualista.
A Mulher Cigana Artista
Uns chamavam-lhe saltimbancos outros artistas de circo. As mulheres ao som das violas e pandeiretas cantavam ou bailavam, até aos dias de hoje os ciganos estão ligados à noção de festa.
Um bom exemplo é a cigana Esmeralda, um jovem e orgulhosa cigana imortalizada na obra: O Corcunda de Notre Dame do escritor francês Vitor Hugo. Nesta obra a cigana Esmeralda é uma jovem dotada de uma beleza estonteante e de um talento para a dança,(qualidades essas que ainda são valorizadas na cultura cigana) também tem um coração generoso, já que é a unica pessoa que impede a tortura pública do corcunda Quasimodo. O arquidiácono vê Esmeralda e sente-se atraido por ela, Esmeralda recusa os seus avanços, ao que o arquidiácono a acusa de o ter enfeitiçado e condena-a morte por enforcamento.
Esta personagem passou a representar o espirito cigano, que embora perseguido, não quebra. E ficou sempre associada à beleza, à dança e à liberdade tão características deste povo.
Gina Lollobrigida no papel de Esmeralda no filme de 1956 - O Corcunda de Notre Dame
Esmeralda do filme da Disney de 1996, O Corcunda de Notre Dame